O processo de adequação a NR1 não precisa ser um bicho de sete cabeças! Com pequenas mudanças e um pouco de organização, sua empresa pode atender às novas exigências.
A principal novidade é a inclusão dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Isso significa que, além dos riscos físicos e químicos, agora também é necessário identificar, avaliar e controlar os riscos que afetam a saúde mental dos colaboradores.
Mas, afinal o que são os fatores psicossociais no trabalho?
Segundo a organização Internacional do Trabalho (OIT) são: às interações entre ambiente de trabalho, conteúdo do trabalho, condições organizacionais, capacidades, necessidades e cultura do trabalhador, além de considerações pessoais extra-laborais que podem, por meio de percepção e experiência, influenciar a saúde, o desempenho e a satisfação no trabalho.
Muitos especialistas reclamam da subjetividade dessas avaliações. Esperamos que com a lista de potenciais riscos e conhecendo as ferramentas de corretas, simplifique um pouco esse processo .

Essa lista foi divulgada no artigo escrito por Ana Luiza Horcades e Lailah Vilela na Revista da ENIT (Escola Nacional da Inspeção do Trabalho), e as autoras complementam a importância de incluir Bullying, assédio e agressão verbal ou física nessa lista.
Passo 1: Identificação Risco
Com o auxilio da lista acima, o primeiro passo para essa adequação é levantar as hipóteses de riscos por cargo e função. Atribuir quais áreas podem ser mais afetadas levando em consideração o escopo e o contexto.
Passo 2: Análise de risco.
Afunilar o diagnóstico desses riscos com entrevistas, utilização de pesquisas padronizadas, realização de oficinas com moderação, avaliação de time especializado ou a combinação de todo elas.
Existem ferramentas adequadas que também podem suportar essa etapa:
Metodologia do Health Safety Executive - Management Standard, consiste na aplicação de um questionário quantitativo (HSE-IT) seguido de um aprofundamento qualitativo com grupos focais. 35 itens, distribuídos em 7 dimensões: demandas, controle, apoio gerencial, apoio dos colegas, relacionamentos, cargo e mudanças.
Job Content Questionnaire (JCQ) ou Questionário do Conteúdo do Trabalho, baseado na Teoria da Demanda-Controle, 49 itens organizados em seis dimensões que incluem demandas psicológicas, autoridade de decisão, uso de habilidade, suporte social no trabalho e outras características
Riscos Psicossociais no Trabalho (PROART) - FACAS & MENDES, 2018
Inventário sobre Trabalho e Riscos de Revista da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho | |
EOT (Escala da Organização do Trabalho | Divisão das Tarefas |
Divisão Social do Trabalho | |
EEG (Escala de Estilos de Gestão) | Individualista |
Coletivista | |
EIST (Escala de Indicadores de Sofrimento no Trabalho) | Falta de Sentido no Trabalho |
Esgotamento Mental | |
Falta de Reconhecime nto | |
EDT (escala de Danos no Trabalho) | Danos Psicológicos |
Danos Sociais | |
Danos Físicos |
Não existe um certo ou errado para o tipo de avaliação, faz-se necessário apenas formalizar a metodologia aplicada e garantir que os colaboradores tenham confiança e liberdade para respondê-las de forma anônima, para que o diagnóstico seja genuíno e não mascarado pelo juízo de valor de suas respostas.
Passo 3: Avaliação do risco
Agora chegou a hora de classificar os riscos de acordo com a severidade e a probabilidade de ocorrência.
A severidade refere-se ao impacto que o risco pode ter na saúde dos trabalhadores, Ou como colocado na NR1 quais são os possíveis agravos da situação, enquanto a probabilidade indica a chance de esse risco realmente acontecer.
Na apresentação de Mauro Muller no COSMO 2 - Congresso de saúde mental Ocupacional de 2024, o especialista compartilhou um modelo dessa avaliação com fins educacionais, conforme segue:

Passo 4: Tratamento do Risco
Elencado os principais riscos é hora de desenhar um plano de mitigação. Com essas informações em mãos, é possível elaborar um no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) para as situações mais críticas.
Mais um exemplo a apresentação de Muller:

Passo 5 - Implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco e na ordem de prioridade.
Aqui as ações já são mais conhecidas, seguem alguns exemplos para ajudá-los a materializar as iniciativas:
· Adaptação de rotinas: desenho de pausas, duração de reuniões, programas de bem-estar físico e mental
· Redesenho de funções, plano de carreira, plano de reconhecimento
· Definições de condutas, estilo de liderança, cartilha de comportamentos,
· Recursos e ferramentas adequados de trabalhos:
Suporte de profissionais externos: treinamentos, terapias, etc...
Passo 6 - acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.
E não se esqueça de seguir o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act) para garantir que todas as etapas do processo sejam bem executadas. Planeje as ações necessárias, implemente as medidas de controle, verifique os resultados e ajuste o que for preciso.
As fiscalizações iniciam em maio, por isso a necessidade de se adequar para evitar multas ou penalidades mais severas que podem não só impactar o seu bolso, mas também a reputação da sua empresa.
Como a Pausa Ativa Ocupacional te apoia nesse processo?
Atuando ativamente nos passos 5 e 6. ajudamos a implementar uma rotina preventiva que evita o adoecimento psicossociais ocasionado pelo excesso de demanda cognitiva e o tempo sentado. Por aqui, entendemos as necessidades individuais de cada colaborador e atuamos como copiloto de saúde durante a jornada de trabalho.
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