O Nervo Vago: Um Aliado Contra o Estresse
- clarissaliguori
- 16 de jun.
- 3 min de leitura
O nervo vago é o nervo mais longo do sistema nervoso autônomo e conecta o cérebro a diversos órgãos importantes: coração, pulmões, intestinos e até partes da face e garganta. Ele é uma peça-chave no chamado eixo cérebro-corpo, regulando funções involuntárias essenciais como a frequência cardíaca, a digestão e as respostas ao estresse.

Redução dos níveis de cortisol (hormônio do estresse)
Melhor regulação emocional
Diminuição da frequência cardíaca
Maior sensação de calma e bem-estar
👉 Referência importante:
Laborde et al., 2018: Revisão sobre o impacto do tônus vagal na regulação emocional e na resiliência ao estresse.
Breit et al., 2018 (Frontiers in Psychiatry): Relaciona o nervo vago ao eixo intestino-cérebro e ao manejo de condições como depressão, ansiedade e inflamação.
Técnicas simples e baseadas em evidências para estimular o nervo vago:
1. Respiração Diafragmática Lenta e Profunda
Como fazer: Inspire profundamente pelo nariz por 4 segundos, segure por 4 segundos e solte lentamente pela boca por 6 a 8 segundos.
Evidência: Técnicas de respiração lenta aumentam a variabilidade da frequência cardíaca (HRV), um marcador indireto da atividade vagal (Lehrer et al., 2020).
2. Exercícios de Mobilização Cervical (Pescoço)
Movimentos suaves de inclinação lateral e rotação do pescoço podem estimular terminações vagais localizadas na região cervical.
Evidência: Estudos sugerem que alongamentos cervicais têm efeito sobre o sistema nervoso autônomo por meio de receptores de pressão e movimento (Giggins et al., 2013).
3. Cantar, Gargarejar ou Fazer Sons Vibratórios (como o “Om”)
Essas ações estimulam os músculos da garganta, região com muitas terminações do nervo vago.
Evidência: Pesquisas com estimulação transcutânea do nervo vago (tVNS) em áreas próximas ao canal auditivo e garganta mostraram melhorias em sintomas de ansiedade e humor (Fang et al., 2016).
4. Exposição ao frio (Splash de água fria no rosto)
A imersão ou exposição súbita ao frio no rosto ativa o reflexo de mergulho, que também estimula o nervo vago.
Evidência: Estudos mostram que o contato com água fria pode induzir uma redução da frequência cardíaca e aumento da resposta vagal (Grassi et al., 2015).
5. Movimento e alongamento suave durante o dia
Pausas com movimentos conscientes (incluindo alongamento de tronco e pescoço) ajudam a quebrar ciclos de tensão e ativar o sistema parassimpático.
Evidência: Atividades de movimento leve e consciente têm sido associadas à melhora do tônus vagal (Porges et al., 2011).
Mais do que o nervo vago: como o corpo todo responde a pequenas doses de movimento
Além da ativação vagal, outras respostas fisiológicas importantes acontecem quando nos movimentamos durante o trabalho:
🦵 Ativação da panturrilha – o “segundo coração” Ao movimentar as pernas e fazer exercícios simples de membros inferiores, estimulamos o retorno venoso e melhoramos a oxigenação cerebral. Resultado: mais energia, menos sensação de cansaço.
🧠 Hipofrontalidade transitória – o descanso estratégico do cérebro executivo Durante pequenas pausas com movimento, acontece uma breve redução na atividade do córtex pré-frontal (região do cérebro responsável por planejamento, decisão e foco intenso). Isso permite um “reset” natural do sistema nervoso central, melhorando a capacidade de concentração quando voltamos ao trabalho.
🌬️ Respiração e propriocepção – ampliando o estado de presença e controle emocional: Combinar movimento com respiração consciente ativa ainda mais o sistema de autorregulação emocional, o que é essencial em ambientes corporativos de alta pressão.
O que tudo isso tem a ver com a rotina de trabalho?
Essas estratégias não são apenas “truques de relaxamento”. Elas são intervenções neurofisiológicas estratégicas, comprovadas pela ciência, que melhoram foco, bem-estar e desempenho.
E é exatamente isso que a Pausa Ativa Ocupacional leva para dentro das empresas:Uma metodologia prática, simples de implementar e totalmente baseada em evidências científicas, que ajuda as equipes a:
✅ Reduzir os níveis de estresse
✅ Melhorar a disposição e o foco
✅ Diminuir o risco de doenças ocupacionais
✅ Criar uma cultura de autocuidado com impacto direto na performance
Porque não basta trabalhar duro. É preciso saber pausar com inteligência.
Pausa bem feita = Equipes mais saudáveis, produtivas e engajadas.
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