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Dia Internacional da Enfermagem: A Realidade de Quem Sustenta o Cuidado em Saúde

Neste 12 de maio, Dia Internacional da Enfermagem, mais do que celebrar, é preciso encarar com seriedade a realidade de uma categoria essencial, mas frequentemente negligenciada. Em uma rotina marcada por sobrecarga, pressão emocional constante e estruturas de trabalho frágeis, enfermeiros e enfermeiras têm enfrentado um cenário de adoecimento alarmante.


De acordo com a Revista Exame (setembro de 2024), 66% dos enfermeiros apresentam sinais da Síndrome de Burnout. Já o Instituto Qualisa de Gestão (IQG – outubro de 2024) reforça que os profissionais da enfermagem estão entre os que mais sofrem com transtornos mentais no país, como resultado direto das condições de trabalho que enfrentam diariamente.



Programas de apoio à enfermagem

Por que tantos estão adoecendo?

A rotina da enfermagem é atravessada por exigências que extrapolam o físico. Exigem presença emocional, resiliência diante do sofrimento e decisões urgentes em contextos imprevisíveis. Entre os fatores que mais contribuem para o desgaste estão:


  • Pressão constante por decisões rápidas, muitas vezes sem recursos adequados.

  • Excesso de horas de trabalho e acúmulo de turnos.

  • Choque entre eficiência operacional e humanização do cuidado.

  • Exposição prolongada ao sofrimento alheio, levando à chamada fadiga da compaixão.

  • Imprevisibilidade agravada por emergências sanitárias e climáticas.


O impacto é direto: aumenta o risco de esgotamento físico e emocional, e diminui a qualidade do cuidado prestado à população.


E o que pode ser feito?


Não se trata apenas de resiliência individual. É preciso que as instituições assumam a responsabilidade por criar ambientes sustentáveis de trabalho. A Pausa Ativa Ocupacional propõe medidas que combinam ciência do estilo de vida com práticas organizacionais realistas e eficazes:


  • Pausas ativas programadas a cada 50 minutos, com deslocamento do ambiente, estimulando a recuperação física e cognitiva.

  • Rotina de hidratação e alimentação equilibrada, com redução da cafeína e incentivo a lanches funcionais.

  • Grupos de suporte emocional, com apoio especializado e acessível, inclusive por meio de plataformas digitais.

  • Personalização das rotinas, respeitando limites e necessidades individuais.

  • Cultura de bem-estar real, e não apenas discursos institucionais.


Resultados que mostram o caminho


Empresas que adotaram essas práticas observaram:

  • Maior disposição física e concentração entre os profissionais.

  • Redução das dores musculares e tensões ligadas ao trabalho.

  • Melhoria na alimentação durante o expediente.

  • Queda significativa nos níveis de estresse, ansiedade e sinais de Burnout.

  • Maior adesão a outras ações de saúde promovidas pela empresa.

  • Redução no absenteísmo e turnover.


Um compromisso coletivo com a saúde de quem sustenta o sistema

A enfermagem não é apenas um elo do sistema de saúde — ela é sua espinha dorsal. E não basta reconhecer a importância desses profissionais em datas simbólicas. É preciso transformar esse reconhecimento em prática concreta, cotidiana e estruturada.


Neste 12 de maio, que possamos ir além da homenagem. Que façamos da escuta ativa e da mudança institucional uma prioridade real.

 
 
 

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