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Por que é tão difícil reduzir o sedentarismo nas empresas?

Sedentarismo comportamental já é considerado uma pandemia mundial, em paralelo vemos um aumento significativo dos afastamentos por doenças ocupacionais características do estilo de vida sedentário, como por exemplo dores nas costas e pescoço, transtornos mentais, problemas circulatórios e cardíacos, obesidade, problemas cognitivos e de concentração, insônia, dentre outros.

Os gestores de RH se desdobram há alguns anos para tentar mitigar os efeitos negativos do sedentarismo em seus colaboradores, visto que os seus efeitos colaterais custam anualmente bilhões de reais em perda de produtividade e demissões que poderiam ser evitados.

Essa deve ser uma pergunta frequente entre CEOs e Gestores, visto que cada vez mais se entende a importância de se ter um estilo de vida saudável e o quanto isso impacta positivamente na saúde e bem-estar de todos. No entanto, a baixa adesão (10 a 15%) aos programas corporativos de atividade física incomoda e frustra, fazendo muitos gestores acreditarem que não vale a pena investir anualmente em programas ou em empresas especializadas em promover a atividade física pois é oferecido e ninguém participa ou participa no início pela empolgação e não continua.


Para facilitar o entendimento, lhes darei 4 motivos que explicam por que é tão desafiador reduzir o sedentarismo nas empresas.


1- Genético

Nós passamos milhões de anos tendo que nos movimentar o dia todo para sobreviver e tudo que nosso cérebro deseja é não ter que sofrer isso de novo. Por isso é tão estressante praticar algum exercício e o quanto é difícil manter a regularidade. Pense como um mecanismo de autodefesa da mente.


2 – Vemos Atividade física como competição

Infelizmente devido a estratégia de marketing e a própria característica competitiva dos esportes (competição contra o outro ou contra si mesmo), a maioria da população não se identifica com a pratica de atividade física como terapia de bem estar mental e preventiva, visto que todos os centros de treinamento, educadores físicos, a mídia e os influenciadores involuntariamente acabam pregando muito mais um conceito de competição, complexidade, auto superação e auto afirmação, que aumentam a exigência por perfeição, desempenho e recompensa que só faria sentido se fossemos soldados indo para uma guerra ou atletas profissionais. Recomendo que leiam o artigo escrito para o Globo.com que abordo essa relação. https://globoesporte-globo-com.cdn.ampproject.org/c/s/globoesporte.globo.com/google/amp/eu-atleta/treinos/post/2020/06/29/temos-que-ter-corpos-esculturais-ou-otimas-performances-esportivas.ghtml


3- Cultura corporativa

Na cultura atual, o normal é trabalharmos mais de 70% do tempo sentado ou parado e sob uma demanda neural elevada e sem interrupções (tempestade cognitiva), muitas vezes invadindo almoço, jantar, madrugada… o que for necessário, e quando algum colega mais engajado se levanta de hora em hora para ativar o corpo (Mini Break ativo) e busca impor suas horas de pausas para ativar o corpo como estratégia de enfrentamento do Stress, o mesmo é muitas vezes taxado de chato, preguiçoso e sofre bullying ou perseguições.


4- Exemplo das lideranças

Os líderes são sempre os mais exigidos, que possuem menos tempo livre e de descanso e por isso, não surpreendentemente, são os que mais sofrem sobrecargas emocionais e adoecem. Se eles não praticam atividade física, não motivam suas equipes e nenhuma iniciativa prospera, pois é o exemplo dos líderes que move os times. Líderes sedentários = Times sedentários

Promover uma nova cultura ocupacional para que o hábito de se movimentar seja padrão e holístico e não algo excepcional e competitivo deve ser algo prioritário para prosperidade em qualquer empresa. A meu ver, elas devem investir e estimular uma nova cultura corporativa, primeiro treinando e formando líderes ativos fisicamente e conscientes da importância do estilo de vida saudável na produtividade e bem estar ocupacional, em paralelo devem promover o engajamento e grande participação dos colaboradores mais jovens, estagiários e trainees, por serem eles os futuros líderes da empresa e, por fim, intervir nos colaboradores mais necessitados de intervenção, atuando individualmente na melhora de cada um e no fortalecimento global de uma cultura ocupacional mais ativa, menos reativa e mais sustentável que naturalmente promoverá a mudança de cultura e o bem estar de toda a empresa.

Que iniciemos a mudança.


Daniel Sandy _ Fundador e CEO da Pausa Ativa Ocupacional.


Texto original publicado no mundo RH. que você confere no link abaixo:


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