Envelhecer é uma questão de tempo. E para muitos, envelhecer bem pode ser um propósito de vida. Dan Buettner, é uma dessas pessoas. Jornalista e explorador , com o apoio da National Geographic, dedicou mais de 20 anos da sua vida, estudando e pesquisando sobre povos que tem maior índice de pessoas que vivem acima de 100 anos. Dan revela seus aprendizados através do documentário Como Viver Até os 100: Os Segredos das Zonas Azuis, lançado agora em Agosto pela Netflix,
Zonas Azuis é um termo cunhado por ele para mencionar as cinco regiões onde as pessoas vivem significativamente mais tempo e têm níveis mais baixos de doenças crônicas. Durante os quatro capítulos da série, Dan e sua equipe percorrem por essas regiões , ressaltando os hábitos predominantes naquelas comunidades que estão relacionadas a longevidade. Aqui vai um breve resumo desses achados:
Ikaria, Grécia - Esta ilha isolada no Mar Egeu tem uma das maiores taxas de centenários do mundo, graças ao seus espirito resiliente e de subsistência devido a escassez de recursos naturais. Vivendo a base de ervas e mel, o que proporciona um efeito anti-inflamatórios no organismo da sua população local, diminuindo inclusive a incidência de demência pela idade. Destacam-se também a alegria de um povo que sabe aproveitar a vida através da socialização e bons vinhos.
Sardenha, Itália - Particularmente na região montanhosa de Barbagia, é comum que os homens vivam até os 100 anos. Grande parte disso se deve a geografia do local. Por lá todos sobem e descem morros e escadas regularmente para se locomover. Com isso, a sua população se torna fisicamente muito ativa de uma maneira natural.
Península de Nicoya, Costa Rica - Nesta região tropical, os habitantes apresentam uma taxa extremamente baixa de doenças relacionadas à idade, principalmente por adotarem uma alimentação vegetariana a base no feijão, abobora e milho. Por lá, o trabalho manual é super valorizado o que garante muitos exercícios rotineiros embutidos em seus dia a dia.
Okinawa, Japão - Conhecida por suas mulheres centenárias, Okinawa tem uma população que mantém uma função mental aguda e um físico ativo até idades avançadas. Com poucos móveis em casa, sentando no chão, os idosos dessa região possuem maior tonicidade muscular, em comparação a média global, diminuindo o risco de morte por quedas e acidentes. O respeito, a admiração e o prazer na convivência entre gerações também colaboram para os indicadores.
Loma Linda, Califórnia - Nesta comunidade predominantemente adventista do sétimo dia, muitos vivem 10 anos a mais do que a média americana. Por lá, toda a religião e socialização está baseada na prática esportiva. Exercitar-se não é uma obrigação diária, é uma forma de conexão com o divino, assim como o voluntariado e a nutrição balanceada.
Os Segredos das Blue Zones
Como mencionado antes, cada Blue Zone possui suas próprias culturas e tradições. No entanto, existem alguns padrões comuns que podem ser a chave para sua longevidade:
Dieta à base de plantas - A maioria das dietas nessas regiões é rica em legumes, frutas, grãos e leguminosas.
Atividade física natural - Em vez de exercícios estruturados, as pessoas nas Blue Zones estão constantemente em movimento ao longo do dia, seja caminhando, cultivando jardins ou realizando tarefas diárias.
Conexões sociais fortes - Relações familiares e amizades são centrais, com ênfase em passar tempo juntos e apoiar-se mutuamente.
Estresse reduzido - Mesmo enfrentando desafios, essas comunidades têm rituais para reduzir o estresse, como orações, sestas ou momentos de comunhão.
Propósito claro - Muitos habitantes das Blue Zones têm um forte senso de propósito em suas vidas, algo que os motiva a se levantar todas os dias
Outra estudioso indispensável, quando falamos de longevidade é o renomado biogerontologista David Sinclair. Focado em entender como acontece a restauração celular, Sinclair dedicou- se a pesquisa de o papel da NAD+ no envelhecimento. Seu trabalho também contempla estudos com intervenções como a restrição calórica e a ativação de genes específicos para compreender a possibilidade de estender a vida útil e melhorar a saúde na velhice. Em seu livro Lifespan, lançado em abril de 2021, esse estudioso trás seu protocolo de terapias antienvelhecimento que servem de inspiração para começarmos a fazer o básico como ter uma vida ativa e alimentação saudável de maneira bem feita.
Indo pela mesma linha, também ressaltamos como leitura obrigatória Peter Attia, M.D. em seu livro Outlive (ainda não disponivel em portugês). Attila faz uma abordagem prática para somar mais anos de vida através de 4 frentes de trabalho, sendo elas: alimentação regulada, melhora do sono, foco em saúde emocional, mas a sua grande contribuição chega pela sua abordagem em relação ao condicionamento físico. Ele é um dos defensores da inclusão do movimento na rotina das pessoas para fazer a diferença e prolongar a vida de uma pessoa por vários anos, retardar doenças crônicas e diminuir o declínio cognitivo. Para ele, o treinamento de força é fundamental para todos, inclusive para idosos e pessoas frágeis, pois pode melhorar a mobilidade e a função física. "Ao se manterem ativos e bem preparados, os indivíduos podem romper com o estereótipo de que a velhice se resume a declínio e infelicidade."
Para finalizar a lista de recomendações de conteúdos ligadas a um envelhecimento pleno trazemos destacamos o autor Steven Johnson. Em seu livro Longevidade, ele discorre sobre as descobertas feitas pela ciência moderna nos últimos anos para que transformar nossa expectativa de vida de 40 para mais de 70 anos. nas 350 página, Johnson, trás história inspiradora de inovação cooperativa e de pensadores brilhantes, sendo um verdadeiro empurrão para continuarmos na luta empreendedora de melhor a qualidade de vida em mais frentes.
E você o tem feito para envelhecer bem? Que tal começar passando menos tempo sentado todos os dias?
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