Você já parou para pensar que tomar café sem limites, devorar snacks e buscar uma rápida dose de dopamina nas redes sociais são estratégias que muitos de nós adotamos para melhorar a produtividade no trabalho? No entanto, o que parece uma solução momentânea para o cansaço mental pode se transformar em um verdadeiro mal do século.
“Doping cognitivo” é um termo criado pelo professor Daniel Sandy, o maior especialista em gestão de pausas ativas do Brasil. Esse conceito ajuda a explicar as principais causas do adoecimento em ambientes de trabalho.
Entendendo o Termo
Em nosso metabolismo, há um processo natural de liberação de cortisol e redução de hormônios do estresse para equilibrar o ciclo circadiano. No entanto, quando passamos muito tempo sentados e conectados às telas, nosso metabolismo se desregula, afetando a organização cerebral, principalmente nas regiões do córtex cerebral e do hipocampo.
Por volta das 14 horas ou após o almoço, nosso sistema metabólico entra naturalmente em um processo de redução da atividade simpática, já que o sangue oxigenado é direcionado para o sistema digestivo, o que nos deixa mais sonolentos.
Apesar disso, a demanda de trabalho exige que continuemos com o mesmo vigor. Para "enganar" o cérebro, muitas vezes recorremos ao café, açúcar e alimentos ultraprocessados. E é aqui que acontece o doping cognitivo — semelhante ao que atletas fazem ao usar substâncias para manter sua produtividade em alta.
Passar o dia todo sentado, olhando para telas, consumindo alimentos maléficos ao nosso organismo e tomando decisões constantemente sobrecarrega nosso cérebro. O resultado? Chegamos em casa exaustos, sem entender o motivo.
Como Lidar com o “Doping Cognitivo”
Pausas Estratégicas: Em vez de recorrer automaticamente ao café ou aos doces, que tal fazer pausas estratégicas? Levante-se, alongue-se, movimente-se. Adotar uma rotina de pausas ativas ajuda a oxigenar o cérebro e a reduzir a fadiga.
Escolhas Alimentares Inteligentes: Em vez de açúcar e gorduras ruins, opte por alimentos saudáveis. Frutas, oleaginosas e chás podem ser ótimas opções. A resistência inicial pode ser grande, mas, com o tempo, os benefícios serão perceptíveis.
Cultura Empresarial: As empresas podem promover o bem-estar criando uma cultura que valorize a saúde mental e física dos colaboradores. Isso inclui incentivar pausas, oferecer opções saudáveis no ambiente de trabalho e conscientizar sobre o “doping cognitivo”.
Conscientização Individual: Cada um de nós pode dar o primeiro passo. Tenha coragem para mudar seus hábitos. Lembre-se de que a saúde é um investimento a longo prazo.
Promover essas mudanças não é difícil. Às vezes, só precisamos de um pequeno empurrão para sair do piloto automático e cuidar melhor de nós mesmos. 👍
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